quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pequim 2008: EUA 1 X 0 Brasil

Marta lamentou: vida que segue
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Não fiz um post da grande vitória sobre a Alemanha por ficar na expectativa da final. Faço, agora, uma avaliação da final olímpica, que nos deu novamente a prata. Também irei fazer um avaliação de todo o processo histórico de afirmação do futebol feminino.


Não farei, contudo, qualquer caça às bruxas. A prata, para nossa realidade estrutural, ainda é maravilhosa. Os problemas apresentados pela seleção na final foram os problemas de todo o torneio. A seleção americana, enfraquecida individualmente, sempre irá apresentar um padrão tático rígido, e como disse a brilhante Helena Pacheco na transmissão da Rede Globo, tem a capacidade de se adaptar rapidamente ao estilo do adversário.


Apostamos sempre nos talentos individuais. Faltou aquilo que só podemos ter com trabalho qualificado e que necessita de maior tempo. Aquilo que no voleibol, por exemplo, sobra. Estudo do adversário, apego aos detalhes, conhecimento tático para além de esquemas arcaicos.


Claro, da forma como aconteceu, foi um duro golpe. O Brasil tem mais talento que os EUA. O Brasil, nos próximos anos, vai continuar a revelar muito mais talentos que os EUA. Vamos ver se evoluímos do ponto de vista organizacional, com mais gente qualificada trabalhando as meninas. Com mais sensibilidade para saber lidar com elas e tirar o melhor.


Evoluímos, sim, em resultados internacionais. Duas pratas olímpicas e um vice mundial. Os dois fantasmas foram espantados com duas goleadas. EUA e Alemanha não possuem mais a aura imbátível para nós.


Interessante que quatro jogadoras que estiveram em campo vão disputar o Mundial Sub-20: Bárbara, Fran, Érika e Fabiana. Aliás, como entrou bem Fabiana. Muita personalidade. Teremos esse Mundial Sub-20, no Chile, e o Sub-17, a Nova Zelândia, no final do segundo semestre, onde apresentaremos duas boas seleções.


A vida continua. O futebol feminino brasileiro ainda nos leverá a muitas emoções. Esperamos que com choro de felicidade.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Pequim 2008: Brasil 2 X 1 Noruega

Festa contra a Noruega: Alemanha será dureza
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Houve mais uma leve evolução da seleção brasileira. Nada muito significativo. Barcellos surpreendeu ao deixar Rosana no banco e colocar Ester no meio, com Maycon voltando para a esquerda, onde jogou o Mundial da China. Daniela Alves, embora não venha bem no torneio, acertou um pombo sem asa do meio da rua e abriu o placar no final do primeiro tempo. Marta, aproveitando falha da zaga, ampliou. Bárbara, agora titular, fez a penalidade que gerou o gol de honra norueguês.


O adversário da semifinal será a Alemanha, que venceu a Suécia por 2 a 0 na prorrogação. Sem prognóstico ou favorito. Fisicamente, porém, o Brasil tem terminado mais inteiro que as alemãs e não jogou os 30 minutos adicionais.


Estados Unidos X Japão será a outra semifinal.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Pequim 2008: Brasil 3 X 1 Nigéria

G
Gols de Cris mereceram festa
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O mesmo enredo dos dois primeiros jogos. O Brasil depende de lampejos de suas craques. Marta não foi bem, mas o dia foi de Cristiane, que fez os três gols e assumiu a artilharia do torneio olímpico.
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A vitória garantiu o primeiro lugar do grupo. A Alemanha venceu a Coréia do Norte por 1 a 0. Agora, nas quartas-de-final, vem os EUA. O favoritismo é brasileiro.

sábado, 9 de agosto de 2008

Pequim 2008: Brasil 2 X 1 Coréia do Norte

Vibração de Marta: terá que se desdobrar
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Uma vitória que vale pelos três pontos. Foi mais na experiência internacional, na rodagem, do que no bom futebol. Taticamente, contiuamos nulos. Os gols foram em espamos. Um erro clamoroso da goleira norte-coreana e uma boa jogada de combinação Marta-Cris. Sem padrão, terá que ser na vontade e no talento individual. No Mundial, a equipe apresentou muito mais. Qualquer marcação mais organizada põe o Brasil em dificuldade. E a marcação pressão organizada é padrão internacional.
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Cristiane no banco de reservas: "A bola não chega!". Acho que resume bem.


O alento é que ninguém tem jogado muita coisa em Pequim. O Brasil, com todos os "poréns", leva vantagem individualmente.


Outros resultados:


Suécia 1 X 0 Argentina

Alemanha 1 X 0 Nigéria (grupo do Brasil)

Estados Unidos 1 X 0 Japão

Canadá 1 X 1 China

Noruega 1 X 0 Nova Zelândia

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pequim 2008: Brasil 0 X 0 Alemanha

Pretinha entrou no finalzinho


O jogo foi equilibrado como se esperava. Brasil e Alemanha, verdadeiramente, duelaram nesta madrugada/manhã de quarta-feira na abertura da Olimpíada. Taticamente, a Alemanha é mais organizada, tem mais padrão. O Brasil viveu, como sempre, da vontade e do talento individual das jogadoras. Na maioria do tempo, o time nacional foi dominado.


Em muitos momentos, aliás, o único recurso brasileiro foi o chutão das zagueiras. No segundo tempo, quando as alemãs cansaram, Marta conseguiu mais espaços e quase decidiu a partida. O resultado foi excelente, pois deixa a confiança em alta. Afinal, em tese, seria o confronto mais duro até a disputa por medalha.


E a zebra pintou! Embora a Noruega tenha uma boa seleção, os EUA tomaram uma chinelada inesperada (0X2). Será que a ausência de Wambach foi tão sentida assim? É uma possibilidade.


Outros resultados:


Japão 2 X 2 Nova Zelândia

Canadá 2 X 1 Argentina

China 2 X 1 Suécia

Coréia do Norte 1 X 0 Nigéria (grupo do Brasil)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Acredito no Ouro

Cristiane será fundamental mais uma vez
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Eu acredito no ouro olímpico para a seleção feminina de futebol. Até aí nada muito diferente do que pensa o torcedor médio no Brasil. Apresento, porém, alguns dos motivos que me levaram a bancar a dourada:



- O potencial ofensivo com Cristiane e Marta não tem concorrência (nem de perto) na Olimpíada. A melhor e a terceira melhor do mundo compõem a dupla de ataque. A qualidade e a contundência formam importante diferença em relação aos adversários.


- Acabou com o fantasma americano, ao golear inapelavelmente (4X0) no Mundial da China, em 2007. Além disso, os EUA perderam suas duas referências ofensivas: Wambach (fratura) e Lilly (gravidez).


- A Alemanha, uma seleção contra quem o Brasil ainda enfrenta dificuldades, será a adversária de estréia, o que pode fazer, justamente, com que o estigma se quebre. Individualmente, o Brasil é melhor. As principais jogadoras alemãs não estão no auge.


- Jorge Barcellos, ainda que simplório e sem domínio do grupo, não terá problema de coesão ou união. As meninas têm fome, um grande objetivo comum e talento para resolver as partidas sem grande trabalho tático. Não atrapalhar já será o suficiente.


Os dois grandes adversários serão, mesmo, Alemanha e EUA. As outras equipes, salvo surpresa, não devem incomodar.



Apesar de todas as críticas recentes feitas, vejo o torneio olímpico com otimismo.