sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Parabéns, Cristiane!

Cris brilhou diante das americanas

Todos sabemos que o prêmio de melhor jogadora do Mundo 2007 irá para as mãos de Marta, novamente. Só que, desta feita, terá companhia brasileira no pomposo evento da FIFA. Cristiane será a provável "Bola de Bronze" na eleição, como já ocorrera no Mundial - aliás, a competição foi a única e justa referência para o colegiado (técnicos e jogadoras com a braçadeira).

Esta façanha do futebol feminino brasileiro é mais que espetacular. Consagra-o como o melhor do mundo no aspecto individual. Duas atletas (21 e 22 anos) de excepicional qualidade e com, pelo menos, 10 anos de carreira pela frente. Não há no planeta outro país com essa projeção de jovens prodígios. E pensar que isso tudo acontece por aqui, apesar da CBF. O "hômi" nasceu virado pra lua. Não tem jeito.

Palpite (barbada!):

1ª - Marta (BRA)
2ª - Prinz (Tuta de saias - ALE)
3ª - Cristiane (BRA)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Que surpresa!

O senhor é um fanfarrão!

Não quero me alongar sobre este tema. A tecla já está bem desgastada. Só que nossa CBF parece não cansar de dar mancadas com as meninas da seleção. Será que é tão difícil cumprir o que se promete? Segundo a gazetaesportiva.net, em matéria assinada por Daniel Marques, a premiação foi de 15 mil reais cada uma, menos do que o anunciado em carta aberta, após o Mundial.

Surpreende? Absolutamente. As desculpas são sempre as mesmas (Rodrigo Paiva não me parece ser má pessoa, saliente-se). Um detalhe: Marco Antônio Teixeira, cartola e parente de Ricardo, recebeu integral pela Copa do Mundo de 2002. Quantos gols ele fez?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Caprichoso esse futebol, não?


Fim de semana de Eliminatórias Sul-americanas no futebol masculino. No sábado à tarde, mais uma vez o cerebral meia Juan Román Riquelme roubou a cena. Sem jogar no Villarreal, Román tem sido o destaque argentino das primeiras rodadas. Um fundamento, aliás, tornou-se o seu carro-chefe: as cobranças de faltas. A precisão imposta pelo camisa 10 assombra. Já são 3 belos gols.

E o que essa situação de inatividade do craque tem a ver com a temática do blog?

Lembrei que Rosana, ala da seleção brasileira, confessou não treinar faltas. Evidente que não é o caso de Riquelme. Porém, ambos não estarem rotineiramente se preparando, seja por imposição do técnico chileno que não o permite jogar (e chegar com maior ritmo para a seleção), seja por simples opção, no caso dela, colocam-me, logo, algumas "pulguitas" atrás da orelha.

Pois a jogadora do Neulengbach austríaco, ironicamente, foi muito precisa diante de canadenses e mexicanas no Pan. Duas bolas na "coruja". Os momentos dos gols? Mais que fundamentais, sobretudo na semifinal, quando a partida diante da equipe azteca - transcorria a etapa complementar - estava empatada em zero.

Não farei apologia alguma aos que não treinam ou se preparam. Apenas reflito sobre o quão perigoso é formular teorias absolutas no futebol. O "manhoso" esporte bretão pode desmentí-las a qualquer instante. Talentos como Riquelme e Rosana são exemplos disso.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Entrevista com Thais - 2ª Parte



Neste complemento, Thais mostra ainda mais discernimento nas respostas, onde a franqueza marca como principal característica. É sempre enriquecedor poder conhecer um pouco melhor uma atleta desse (ótimo) nível, consciente dos problemas e desafios de sua profissão. Enfim, a nossa "Hope" foi uma excelente entrevistada. Confiram:

FM - Como é o Campeonato Espanhol? É possível viver bem como jogadora profissional fora do Brasil?

Thais - A Super Liga como é chamada, é muito bem organizada e conta com equipes bem igualadas tecnicamente, com poucas exceções. A maioria dos jogos são disputados em campos de gramado sintético e isso para mim é um ponto negativo. A Espanha, comparada com alguns países europeus, não tem um futebol feminino tão difundido, mas mesmo assim não tem comparação com o Brasil.

Um forte diferencial é que ganhamos em Euro e, convertendo, acabamos ganhando de duas a três vezes mais do que ganharíamos no Brasil. É um salário fixo e garantido. Geralmente, as brasileiras aqui são bem valorizadas. Por isso também são muito mais cobradas e às vezes um pouco massacradas pela torcida, diretoria, etc.

FM - Como viu o desempenho da Seleção no Pan do Rio e no Mundial da China? Acompanhou? Torceu?

Thais - Durante alguns jogos do Pan eu ainda estava de férias no Brasil e é claro que acompanhei todos, torci muito e me emocionei muito, também. Durante o Mundial, eu já estava aqui treinando e assisti aos jogos pela internet, e fiquei muito orgulhosa das meninas, porque muitas das que estavam jogando são amigas minhas.

Fiquei muito feliz pelas meninas e pelo futebol feminino brasileiro em si, e minha mãe também sempre me mantém informada de tudo (risos). Ela se emociona mais do que eu.

FM - Acredita que algo vai mudar na estrutura do futebol feminino brasileiro após esses ótimos resultados?

Thais - Eu acredito que algo já mudou: a mentalidade da sociedade em relação a jogadora de futebol em si, e isso é um grande passo. Passando por tudo que já passamos no Brasil, não sei se posso me dar ao luxo de acreditar, mas espero que as coisas comecem a caminhar para um rumo diferente de tudo que já passou até hoje. Que a mídia se sensibilize e ajude a fazer do futebol feminino uma profissão e não somente um passatempo.

FM - A maior rivalidade do futebol feminino mundial é mesmo Brasil e EUA?

Thais - Com certeza. Acredito que muito mais pela postura das americanas do que por qualquer outra coisa. Um ar de superioridade que caiu por terra, finalmente.

FM - Continua com a intenção de voltar para a Seleção?

Thais -
A seleção é uma coisa que aprendemos a amar desde pequenos e sempre será um sonho. Só que já comprei muita briga aqui para poder jogar com a seleção e não obtive o resultado esperado. Financeiramente, perderia um pouco voltando para a seleção, mas eu sou brasileira e minha pátria sempre vem em primeiro lugar. Acredito que se fosse em um projeto bacana e com um trabalho feito por bons profissionais, eu não pensaria duas vezes para voltar a jogar na seleção.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Entrevista com Thais - 1ª Parte




Conforme o prometido, reproduzo a 1ª parte da entrevista com Thais Ribeiro Picarte, goleira do Sporting de Huelva, da Espanha. Muito gentil com esse blog, a atleta nos brindou com informações sobre sua carreira e opiniões sobre os mais diferentes temas do futebol feminino. Que conheçamos, então, um pouco da "Hope" brasileira.

FM - Conte-nos um pouco sobre como começou no futebol. Houve preconceito ou resistências de familiares para que você se tornasse uma jogadora profissional?

Thais -
Na minha família somos 4 filhas e todas sempre gostamos de esporte. Começamos todas juntas a jogar no Clube Atlético Aramaçan, em Santo André. Haviam algumas competições interclubes e eu fazia parte da seleção do clube. Depois de algum tempo, o clube levou algumas meninas para fazer teste no Aspirantes do São Paulo Futebol Clube, eu acabei passando, comecei a treinar e jogar com eles.

Minha família nunca me proibiu de nada, pelo contrário, sempre me apoiou muito. Meu pai era um apaixonado por futebol e sempre adorou que jogássemos; minha mãe não gostava muito, mas nunca deixou de me apoiar.

FM - Por quais clubes passou? Como se deu a transferência para a Europa?

Thais –
NÃO-PROFISSIONAL:
1993 - 1998 - Times Campeonato Interno de Futebol de Campo do Clube Atlético Aramaçan/ Seleção do Clube Atlético Aramaçan
1996 – Di Laroufe futsal
1997 a 1998 - São Paulo Futebol Clube - Categoria Aspirante.
PROFISSIONAL:
1998 a 2000 - São Paulo Futebol Clube
2000 - Palestra São Bernardo.
2001 – Clube Atlético Juventus.
2002 - Lazio Calcio Feminile
2002 a 2003 - São Bernardo F.C.
2005 - São Paulo Futebol Clube
2005 – Convocação Seleção Brasileira Universitária
2006 – Palmeiras/São Bernardo
2006 - Convocação Seleção Brasileira - Principal
2006/2008 – Sporting Club de Huelva

O Sporting entrou em contato comigo através de uma amiga, e começamos a negociar pela internet. Tudo isso, claro, devido à minha convocação para a seleção brasileira, que é como um pré-requisito por aqui.

FM - Como foi seu ingresso na Seleção Brasileira?
Thais -
Foi no momento em que eu menos esperava, porque havia estado parada por algum tempo e acabava de voltar a jogar no Palmeiras/São Bernardo. Não estava na minha melhor fase, mas já estava lutando por isso há muitos anos.

FM - Em 2006, você disputou o fatídico Sul-americano de Mar Del Plata. O Brasil foi derrotado pela Argentina. O que aconteceu realmente naquele torneio? Os desfalques pesaram?

Thais -
Naquele torneio perdemos para nós mesmas. Tivemos algumas falhas na final e em uma delas tive participação. A arbitragem era muito ruim e a torcida à favor ajudou bastante. Com aquele time, poderíamos ter ganho tranquilamente. Tivemos falta de sorte e após os dois gols, elas se fecharam totalmente atrás e não podíamos penetrar de maneira alguma.

sábado, 10 de novembro de 2007

O que houve na Argentina?




















Em 2006, acompanhei com atenção ao Sul-americano feminino pelo site da Conmebol (não houve TV). Confesso que vinha animado pelos resultados folgados e a artilheira de Cristiane, de acordo com o esperado. A última partida do quandrangular final contra a dona da casa Argentina, embora pudesse ser mais difícil que as anteriores, o favoritismo era, claramente, brasileiro.


Pois, que a seleção "canarinho" perdeu por 2 a 0, e a vaga direta pra Pequim escapou. Como não houve cobertura da imprensa - nada foi repercutido no país - encarei como um resultado muito ruim, porém normal. A partir de um contato aqui outro ali, pipocaram algumas histórias sobre o torneio que me fizeram pensar se algo extra-campo não ocorreu estranhamente.


Nutro aversão por teorias da conspiração e a seleção estava desfalcada de algumas importantes jogadoras, só que sempre terei uma pontinha de desconfiança daquela obscura competição. Como tudo é meio nebuloso nos bastidores do futebol feminino brasileiro, nunca se pode duvidar que coisas extraordinárias possam ter acontecido.

Foto (Estádio José Maria Minella) : Em pé - Rosana, Daniela, Elaine, Mônica, Aline, Thaís. Agachadas - Cristiane, Grazi, Jatobá, Pezzato, Renata Costa.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Hope no banco? Tchau, Mr. Ryan!


Greg Ryan, técnico da seleção americana, não terá seu contrato renovado ao final de 2007, quando expira o vínculo com a U.S. Soccer. Depois de ser "prestigiado" com 3 amistosos diante das mexicanas - marcados antes do Mundial da China - onde continuou teimosamente com Hope Solo no banco de reservas, o Presidente da entidade Sunil Gulati divulgou sua decisão. Baseou-se numa análise completa do trabalho, desde Atenas. Porém, claro, a derrota histórica diante das brasileiras teve bastante peso nisso. Entre os próximos 30 e 45 dias, o nome para substituí-lo deve sair.


Evidente que ironizo a história com a Hope. Greg fez belo trabalho frente ao WNT (Women's National Team), onde acumulou 51 partidas invictas. Só que pecou em preparar mal a equipe para o confronto diante do Brasil, e num torneio curto como a Copa do Mundo, foi muita crise para se administrar, em pouquíssimo tempo. Uma semifinal com grande clima de tensão, em que toda energia dispendiada que não fosse para o duelo seria debitada na conta (e com CPMF). Brasil coeso, fechado e mordido versus EUA com leitura equivocada das atuações brasileiras, provocações desnecessárias e grupo dividido pelo "Hopegate". O resultado foi implacável e a U.S. Soccer não poderia fazer outra coisa, frente às condições espetaculares que oferece aos profissionais que contrata (não é CBF?).


Uma Hope chorosa no banco, talvez, tenha contribuído mesmo para a dispensa do técnico. Filmada a todo momento pela TV Chinesa, ficou como o símbolo do fracasso americano na semifinal.
Comandante novo, vida nova! E será muito interessante, quem sabe, para podermos rever seu maravilhoso sorriso. Afinal, não somos bobos nem hipócritas nesse blog.

sábado, 3 de novembro de 2007

Fabiana reforça o Sporting


Fabiana, finalmente, vai poder estrear no Campeonato Espanhol, na temporada 07/08. O Sporting de Huelva visita o Puebla neste final de semana e o técnico Antonio Toledo conta com a atacante brasileira para recuperar-se da derrota, em casa, frente ao Levante. A liberação da baiana era ansiada por dirigentes e comissão técnica, já que a equipe vinha caindo de rendimento, e a atleta é tida como uma das futuras melhores jogadoras do mundo. Este blog vai continuar acompanhando o desempenho da garota com atenção, já que partilha da ousada projeção dos espanhóis que a contrataram.


Ficha técnica:


Nome: Fabiana da Silva Simões
Local de nascimento: Salvador/BA, em 04/08/89
Altura: 1,63 cm Peso: 60 Kg
Clube formador: América/RJ